Ei, mãe. Sei que provavelmente não vai ler isso por ser muito ocupada, por trabalhar e estudar pra me dar um futuro melhor. Eu sei também que nem sempre te tratei bem, e que demorou muito pra entender que todo castigo que levei até hoje foi pro meu próprio bem. Me desculpa, mãe, por pensar coisas ruins de você em todas vezes que me disse não, por não ter prestado atenção em cada conselho que havia dado, e ter me ferrado feio por isso. Perdão, por não dizer ‘eu te amo’ todos os dias, enquanto me dizia isso quando eu ainda estava dentro de você, mesmo não sabendo como eu era fisicamente e nem no que me tornaria. Eu sei que não sou aquele exemplo de filha, que não te dou tanto orgulho, mas saiba que eu realmente tento. Saiba que eu reconheço cada batalha que você lutou e ainda luta, cada vitória, cada derrota, cada pedaço ruim da tua vida eu reconheço. Sei que fez de tudo pra dar sempre o melhor pra mim, pra que não faltasse nada. Sei que sempre esteve do meu lado enquanto eu pensava que não tinha ninguém, sei que quando estou doente, você acorda de madrugada pra saber se estou bem. Ah, eu sei também que você lê meus textos que estão escritos em meus cadernos, as redações, e todos os deveres não feitos, e acaba se lembrando da época em que você passava horas e horas me ensinando a escrever, a juntar cada sílaba pra formar uma palavra, e depois uma frase, e depois um texto… E assim uma história. Enfim, obrigada por tudo mãe, por cada tempo que passou comigo, por cada riso, cada lágrima, por cada conselho, por cada castigo, por cada não recebido, por cada comida feita, por cada vitória ou derrota, por tudo. Obrigada por ser essa guerreira que sempre pensou em mim acima de tudo, e perdão por perceber coisas assim só agora depois de “grande”. Eu te amo, muito
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